Monumentalidade e espaço público em Lourenço Marques nas décadas de 1930 e 1940

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Gerbert Verheij
Lourenço Marques, actual Maputo (Moçambique), é, durante as décadas de 1930 e 1940, objecto de uma série de intervenções estéticas no espaço público que visam “monumentalizar” e “portugalizar” a cidade, respondendo ao seu estatuto recém-adquirido de capital
da Colónia. Dois monumentos destacam-se pela sua importância e carácter exemplar: o Padrão de Guerra, comemorativo da Primeira Guerra Mundial (1935), e o Monumento ao herói das “campanhas de pacificação” da última década do século XIX, Mouzinho de
Albuquerque (1940). À volta destes monumentos desenvolve-se um largo leque de práticas comemorativas e celebrativas. Tais práticas postulam o monumento como “alegoria da Nação” e reproduzem, no contexto de uma cidade moderna, valores auráticos e cultuais. Desempenham, assim, um importante papel político na reformulação autoritária do espaço público da cidade como espaço “imperial” e na putativa hegemonização das representações da comunidade imaginada como “Nação”. Permitem, por isso, abordar o uso e a utilidade político-ideológica do monumento do ponto de vista da organização do espaço público
Palabras clave
Monumento, escultura pública, espaço público, Estado Novo, Lourenço Marques, Padrão de Guerra de Lourenço Marques, Monumento a Mouzinho de Albuquerque, alegoria nacional, aura, Monument, public sculpture, public space, Estado Novo (New State)

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Cómo citar
Verheij, Gerbert. «Monumentalidade e espaço público em Lourenço Marques nas décadas de 1930 e 1940». On the w@terfront, pp. 11-54, https://raco.cat/index.php/Waterfront/article/view/251087.