Os Efeitos de encadeamentos na bioeconomia e na economia de baixo carbono do Brasil

Main Article Content

Andrey Luis dos Santos Robinson
Valny Giacomelli Sobrinho

O objetivo desse trabalho é demonstrar como a hipótese dos encadeamentos (linkages) em um modelo ampliado de insumo-produto pode ser utilizada como critério para avaliar as diretrizes bioeconômicas. Com essa finalidade, utilizam-se dados para o Brasil em 2018. Assim, quando indistintamente se consideram todos os recursos energéticos, o setor de Transportes é o mais dependente, e os Derivados de Petróleo são os insumos mais demandados pela economia. Os resultados mudam quando a ênfase recai sobre as bioenergias. Nesse caso, o setor de Papel e Celulose é o mais dependente, e a Lixívia torna-se o insumo mais consumido. Conclui-se que tais alterações afetam tanto o direcionamento dos investimentos quanto a estratégia de desenvolvimento a ser utilizada. Por exemplo, a redução do uso de combustíveis fósseis prejudicaria investimentos no setor de Transportes, ao passo que a adoção da estratégia bioeconômica de desenvolvimento favoreceria o setor de Papel e Celulose.

Paraules clau
bioeconomia, encadeamentos, Hirschman, energia, matriz insumo-producto ampliada

Article Details

Com citar
Robinson, Andrey Luis dos Santos; and Sobrinho, Valny Giacomelli. “Os Efeitos de encadeamentos na bioeconomia e na economia de baixo carbono do Brasil”. Revibec: revista iberoamericana de economía ecológica, vol.VOL 35, no. 2, pp. 76-94, https://raco.cat/index.php/Revibec/article/view/418644.
Referències
Ayres R. U. e A. V. Kneese., 1969. Production, Consumption, and Externalities. The American Economic Review, v. 59, n. 3, p. 282–297.

Bajay S. V., Gorla F. D. e O. F. J. G. Bordoni, 1978. Os Segmentos Industriais Energo-Intensivos De Maiores Potenciais Técnicos De Conservação De Energia No Brasil. Revista Brasileira de Energia, v. 15, p. 89–107.

Barat J., 1978. A evolução dos transportes no Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Instituto de Planejamento
Econoômico e Social

Beidari M., Lin, S. J. e C. Lewis, 2017. Multiplier effects of energy consumption and CO2 emissions by input-output analysis in South Africa. Aerosol and Air Quality Research, v. 17, n. 6, p. 1566–1578. DOI: 10.4209/aaqr.2017.04.0150

Bertussi G., Takasago M. e J. Guilhoto, 2020. Infraestrutura e econômica no Brasil: uma análise de sua relevância sob a ótica de matriz insumo-produto. Análise Econômica, v. 38, n. 77, p. 147-170. DOI: 10.22456/2176-5456.76395

Bianchi A. M., 2007. Albert Hirschman na América Latina e sua trilogia sobre desenvolvimento econômico. Economia e Sociedade, v. 16, n. 2, p. 131–150. DOI:10.1590/s0104-06182007000200001

Carus M., Dammer L, Hermann A. e R. Essel, 2014. Proposals for a reform of the renewable energy directive to a renewable energy and materials directive. Industrial Biotechnology, v. 10, n. 4, p. 269–274. DOI: 10.1089/ind.2014.1528

CNI, 2013. Bioeconomia: uma Agenda para Brasil - Portal da Indústria - Confederação Nacional da Indústria (CNI). Disponível em:
https://www.portaldaindustria.com.br/publicacoes/2019/4/bioeconomia-uma-agenda-para-brasil/

D'Amato D., Droste N., Allen B., Kettunen M., Lähtinen K., Korhonen J., Leskinen P., Matthies B. D. e A. Toppinen, 2017. Green, circular, bioeconomy: A comparative analysis of sustainability avenues. Journal of cleaner production, v. 168, p. 716-734. DOI: 10.1016/j.jclepro.2017.09.053

Daly H. E., 1968. On Economics as a Life Science. The University of Chicago Press, v. 76, n. 3, p. 392–406.

Dias R. F. e C. A. A. Carvalho, 2017. Bioeconomy in Brazil and in the world: Current situation and prospectsRevista Virtual de Quimica. DOI: 10.21577/1984-6835.20170023 Disponível em: http://rvq.sbq.org.br

EC, 2012. Bioeconomy policy | Bioeconomy - Research & Innovation - European Commission (EC). Disponível em: https://ec.europa.eu/research/bioeconomy/index.cfm?pg=policy&lib=strategy

EPE, 2019. Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Disponível em: http://epe.gov.br/

Farla J., Markard J. Raven R. e L. Coenen, 2012. Sustainability transitions in the making: A closer look at actors, strategies and resources.
Technological Forecasting and Social Change, v. 79, n. 6, p. 991–998. DOI: 10.1016/j.techfore.2012.02.001

Firme V. A. C. e F. S. Perobelli, 2012. O Setor Energético Brasileiro: Uma Análise Via Indicadores de Insumo-Produto e o Modelo Híbrido para os Anos de 1997 e 2002. Planejamento e Políticas Públicas, n. 39.

Furtado T., 2019. Indústria do Petróleo e Gás Natural : uma vocação desperdiçada. Cadernos do Desenvolvimento, v. 14, p. 155–175.

Giacomelli Sobrinho V., 2013. Before green growth goes brown: polluters, waste and the "linkage hypothesis". ISWA World Congress Vienna. Vienna, Austria. https://www.academia.edu/4885162/Before_green_growth_goes_brown_polluters_wastes_and_the_linkage_hypothesis_

Giacomelli Sobrinho V., 2015, Economia sustentável e os modelos ampliados de insumoproduto. Ciência & Ambiente, n. 50, p. 41-52.

GGK, 2014. South Africa The Bio-Economy Strategy | Green Growth Knowledge (GGK) Platform. Disponível em:
https://www.greengrowthknowledge.org/nationaldocuments/south-africa-bio-economy-strategy.

Georgescu-Roegen, N., 2012. O decrescimento: entropia, ecologia e economia. São Paulo, Brazil: Senac

Guo M. e W. Song, 2019. The growing U.S. bioeconomy: Drivers, development and constraintsNew Biotechnology. Elsevier B.V. DOI: 10.1016/j.nbt.2018.08.005

Hausknost D., Schriefl E., Lauk C., e G. Kalt, 2017. A transition to which bioeconomy? An exploration of diverging techno-political choices. Sustainability (Switzerland), v. 9, n. 4. DOI: 10.3390/su9040669.

He H., Reynolds C. J. Li L. e J. Boland, 2019. Assessing net energy consumption of Australian economy from 2004–05 to 2014–15: Environmentally-extended input-output analysis, structural decomposition analysis, and linkage analysis. Applied Energy, v. 240, p. 766–777. DOI: 10.1016/j.apenergy.2019.02.081

Hilgemberg E. M. e J. J. M. Guilhoto, 2006. Uso de combustíveis e emissões de CO2 no Brasil: um modelo inter-regional de insumo-produto. Nova Economia, v. 16, n. 1, p. 49–99. DOI:10.1590/s0103-63512006000100002

Hirschman A. O., 1961. Estratégia do desenvolvimento econômico.

Hora A. D., Nader L. e R. Mendes, 2018. Papel e Celulose. Em: Agendas Setoriais Para o Desenvolvimento: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, p. 119–142. Disponível em:
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/16222/1/PRCapLiv214161_papel%26celulose_compl_P.pdf

IBGE - Instituto Brasileir de Geografia e Estatística, 2006. Classificação Nacional de Atividades Econômicas, versão 2.0 (CNAE 2.0). Disponível em:
https://concla.ibge.gov.br/documentacao/cronologia/204-concla/classificacao/por-tema/1365-cnae-2-0.html

Jones L. P., 1976. The Measurement of Hirschmanian Linkages. The Quarterly Journal of Economics, v. 90(2), p. 323–333

Lenzen M., 2003. Environmentally important paths, linkages and key sectors in the Australian economy. Structural Change and Economic Dynamics, v. 14, n. 1, p. 1–34. DOI:10.1016/S0954-349X(02)00025-5

Leontief W., 1970. Environmental Repercussions and the Economic Structure: An Input-Output Approach. The Review of Economics and Statistics, v. 52, n. 3, p. 262–271

Leontief W., 1936. Quantitative Input and Output Relations in the Economic Systems of the United States. The Review of Economics and Statistics,
v. 18, n. 3, p. 105. DOI: 10.2307/1927837

Lin S. J. e Y. F. Chang, 1997. Linkage effects and environmental impacts from oil consumption industries in Taiwan. Journal of Environmental
Management, v. 49, n. 4, p. 393–411. DOI: 10.1006/jema.1995.0119

Marconi N., Rocha I. L. e G. E. Magacho, 2016. Sectoral capabilities and productive structure: An input-output analysis of the key sectors of the
Brazilian economy. Revista de Economia Politica, v. 36, n. 3, p. 470–492. DOI: 10.1590/0101-31572016v36n03a02

Mccormick K. e N. Kautto, 2013. The Bioeconomy in Europe: An Overview. Sustainability (Switzerland), v. 5, n. 6, p. 2589–2608. DOI: 10.3390/su5062589.

Miller R. E. e P. D. Blair, 2009. Input–Output Analysis: Fundations and Extensions. p. 768.

Montoya M. A., 2020. A pegada hídrica da economia brasileira e a balança comercial de água virtual: uma análise de insumo-produto. Economia Aplicada, v. 24, n. 2, p. 215-24. DOI: 10.11606/1980-5330/EA167721

Montoya M. A., Bertussi L. A., Lopes R. L. e E. B. Finamore, 2019. Uma nota sobre consumo energético, emissões, renda e emprego na cadeia de soja no Brasil. Revista Brasileira de Economia, v. 73, n. 3, p. 345–369. DOI: 10.5935/0034-7140.20190016

Montoya M. A., Pasqual C. A., Lopes R. L. e J. J. M. Guilhoto, 2015. As relações intersetoriais do setor energético na economia brasileira: uma
abordagem insumo-produto. Revista Teoria e Evidência Econômica, v. 21, n. 44. DOI: 10.5335/rtee.v21i44.5353

Montoya, M. A., Pasqual, C. A., Lopes, R. L. e J. J. M. Guilhoto, 2016. Consumo de energia, emissões de CO2 e a geração de renda e emprego no agronegócio Brasileiro: Uma análise insumo-produto. Economia Aplicada, v. 20, n. 4, p. 383–413. DOI: 10.1590/1413-8050/ea134600

Nereus, 2020. Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo.

OECD, 2009. The Bioeconomy to 2030: Designing a policy agenda. Organisation for Economic Cooperation and Development (OECD). DOI: 10.1787/9789264056886-en

Oliveira A. B., Pereira J. M. e A. A. Nascimento, 2018. Cadeia Produtiva de Papel e Transformações no Sudoeste Maranhense. InterEspaço: Revista de Geografia e Interdisciplinaridade, v. 4, n. 12, p. 135. DOI: 10.18764/2446-6549.v4n12p135-154

Perman R., Ma Y., McGlivray J. e M. Common, 2003. Natural Resource and Environmental Economics. 3. ed.: Pearson Addison Wesley.

Popp J., Kovács S., Oláh J., Divéki Z. e E. Balázs, 2021. Bioeconomy: Biomass and biomass-based energy supply and demand. New Biotechnology, v. 60, p. 76-84. DOI: 10.1016/j.nbt.2020.10.004

Santiago F. S., Mattos R. S. e F. S. Parobelli, 2011. Um modelo integrado econométrico+insumo-produto para previsão de longo prazo da demanda de combustíveis no Brasil. Nova Economia, v. 21, n. 3, p. 423–455. DOI: 10.1590/S0103-63512011000300005

Smil V. 2019. What We Need to Know about the Pace of Decarbonization. Substantia, p. 69–73. DOI: 10.13128/substantia-700

Sousa P. R. P., Lopes D. P. T., Andrade S. C., e P. T. V. Resende, 2018. Terceirização das Atividades Florestais na Indústria de Celulose e Papel. Revista de Administração IMED, v. 8, p. 260–280.

Staffas L., Gustavsson M. e K. McCormick, 2013. Strategies and policies for the bioeconomy and bio-based economy: An analysis of official national approaches. Sustainability (Switzerland), v. 5, n. 6, p. 2751–2769. DOI: 10.3390/su5062751

Tadeu H. F. B., 2010. Cenários de Longo Prazo para o Setor de Transportes e Consumo. Pontífica Universidade Católica de Minas Gerais.

Tarancón M. Á. e P. Del Río, 2007. CO2 emissions and intersectoral linkages. The case of Spain. Energy Policy, v. 35, n. 2, p. 1100–1116. DOI: 10.1016/j.enpol.2006.01.018

Termushoev, U. 2004. Key Sectors in the Kyrgyzstan Economy. CERGE-EI Discussion Paper Series No.135. Disponível em:
https://www.cerge-ei.cz/pdf/dp/DP135_2004.pdf.

USA. National Bioeconomy Blueprint Released | whitehouse.gov. 2012. Disponível em:
https://obamawhitehouse.archives.gov/blog/2012/04/26/national-bioeconomy-blueprint-released

Vivien F.-D., Nieddu M., Befort N., Debref R. e M. Giampietro, 2019. The hijacking of the bioeconomy. Ecological Economics, v. 159, p. 189-197. DOI: 10.1016/j.ecolecon.2019.01.027

Yotopoulos, P. A., Nugent, J. B., 1973. A balanced-growth version of the linkage hypothesis: a test. The Quarterly Journal of Economics, v. 87, n. 2, p. 157–171

Yotopoulos, P.A., Nugent, J.B., 1976. In defense of a test of the linkage hypothesis. The Quarterly Journal of Economics, v. 90, n. 2, p. 334–343.

Zhao Y., Liu Y., Wang S. Zhang Z. e J. Li, 2015. Inter-regional linkage analysis of industrial CO2 emissions in China: An application of a hypothetical extraction method. Ecological Indicators, v. 61, p. 428–437. DOI: 10.1016/j.ecolind.2015.09.044

Zhao Y., Zhang Z., Wang S. Zhang Y. e Y. Liu, 2015. Linkage analysis of sectoral CO2 emissions based on the hypothetical extraction method in South Africa. Journal of Cleaner Production, v. 103, p. 916–924, 2015. DOI: 10.1016/j.jclepro.2014.10.061

WHO – World Health Organization, 2004. Water, sanitation, and hygiene links to health.