“Per essentiam Deum videre” como limitação da omnipotência divina: A crítica de Gabriel Vasquez às concepções bizantinas acerca da visão de Deus
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Existem passagens nas Escritura que parecem contraditórias no que se refere ao temada visão de Deus. Por um lado, por exemplo, João 3, 2: «Veremos Deus tal como é», parece afirmar a visão absoluta do divino e, por outro, João 1, 18 «A Deus nunca ninguémviu», parece negá-la. Esta contradição deu origem a reflexões teológico-filosóficas acerca de vários aspectos do tema. Discutia-se se a visão estava reservada para a vida eterna ou se podia começar na vida mortal. E se a visão beatífica é o conhecimento de Deus tal como ele é (sicuti est), isto é, o conhecimento da essência de Deus, ou se esta permanece para sempre incognoscível. Neste artigo discutir-se-á, justamente, este último tópico dos debates. João Crisóstomo, e outros pensadores da patrística grega, afirmaram que a essência de Deus é incognoscível. Um intelecto finito e criado nunca poderá abarcar o infinito, incriado e ilimitado. Dizer o contrário afectaria a omnipotência e transcendência divinas. Por outro lado, pensadores da Escolástica latina, como Gabriel Vásquez, defendiam, contra os gregos, como João Crisóstomo, que é possível conhecer Deus tal como é. Exporemos os argumentos de Vásquez contra Crisóstomo e mostraremos as diferenças e convergências dos modelos gnosiológicos subjacentes a este debate.
There are passages of the Scriptures that seems to make contradictory statements about the vision of God. On one hand, for instance, John 3: 2 «We will see God as heis», seems to claim the vision of the essence of God. On the other hand, for instance, John 3: 2 «No one has ever seen God», seems to deny it. This contradiction gave rise to theologicaland philosophical reflections on several aspects of the theme. It was discussed whetherthe vision was reserved for eternal life or whether it could begin in mortal life. And ifthe beatific vision was the knowledge of God as he is (sicuti est), that is, the knowledge of the essence of God or if the essence remains forever unknowable. This last topic ofthe debates will be approached in this text. John Chrysostom, and other thinkers of Greek Patristics, have said that the essence of God is unknowable. A finite and created intellect can never embrace the infinite, uncreated and unlimited. To say otherwise would affect divine omnipotence and transcendence. On the other hand, thinkers of the Latin Scholastic, like Gabriel Vásquez, assert, against the Greeks, like John Chrysostom, that it is possible to know God as he is. We will expose Vásquez’sarguments against Chrysostom and show the differences and convergences of the gnosiological models underlying this debate.
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