Oceania à espreita: a “ameaça” extremista e o controle cultural

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Hugo Rezende Henriques
João Batista Miguel
A “possível” emergência de partidos e políticos classificáveis como de extrema-direita ou extrema-esquerda é frequentemente compreendida como um movimento de avanço ou de retrocesso dos ideais democráticos ocidentais. Entretanto, as reações de medo ou esperança que tais movimentos provocam nos cidadãos e nos estudiosos – e a ampla cobertura midiática que têm – contrastam com outro avanço, esse inequívoco, da globalização econômica promovida pela ideologia neoliberal e do espraiamento do chamado “Estado Poiético”. Em sociedades onde o campo do poder está embebido da cultura/ideologia neoliberal, de propensões totalitárias, a espetacularização de tímidos avanços de partidos e políticos possivelmente contrários à ideologia dominante pode ser compreendida enquanto um mecanismo de cooptação e controle desses discursos possivelmente dissidentes ou subversivos à reprodução da cultura dominante. Por meio de uma política de medo e insegurança –contra pensamentos potencialmente dissidentes– relegam as sociedades à despolitização e à suposta técnica eficaz. Esse modelo estatal parece ser capaz de exercer um eficaz controle cultural, impedindo o exercício pleno da política e o florescimento de expressões culturais capazes de subverter seus pressupostos.
Paraules clau
Estado Poiético, cultura dominante, controle cultural, neoliberalismo

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Com citar
Rezende Henriques, Hugo; and Batista Miguel, João. “Oceania à espreita: a ‘ameaça’ extremista e o controle cultural”. Astrolabio: revista internacional de filosofia, no. 22, pp. 64-75, https://raco.cat/index.php/Astrolabio/article/view/342182.